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Gabriel Gárcia Márquez, a aposentadoria de um mestre

Posted by Meninas do Clique Diário on 13:10

No dia primeiro de abril de 2009, foi anunciado que o escritor colombiano Gabriel Gárcia Márquez vai se aposentar. Nascido em março de 1927, teve grande importância cultural e jornalística para o mundo. Em 1947, aos 20 anos, mudou-se para Bogotá a fim de estudar direito e ciências políticas na Universidade Nacional da Colômbia, porém, um ano mais tarde abandonou os estudos para dar início aos trabalhos como jornalista em Cartagena das Índias, também na Colômbia. Teve seu primeiro trabalho como jornalista no jornal 'El Universal'. Em 1955 foi publicado seu primeiro livro, chamado 'La Hojarasca'. Também trabalhou como correspondente internacional em Nova Iorque em 1961, porém devido a críticas a exilados cubanos e suas ligações com Fidel Castro foi perseguido pela CIA e assim se exilou no México. Em 1967, foi publicado o livro ''Cem anos de solidão'', que rendeu a Gabriel o prêmio Nobel de literatura por conta do estilo como foi escrito, estilo esse denominado desde então como ''Realismo Fantástico'', que une, a partir de histórias curtas, inúmeras fusões entre a realidade e a fantasia. Já na política, Márquez prefere os movimentos revolucionários da América Latina, tanto que em 2006 apoiou junto de outras figuras políticas a Independência de Porto Rico e em outras ocasiões foi mediador entre o governo colombiano e as Guerrilhas. Também não podemos deixar de falar dele no cinema, já que em 1986 fundou a Escola Internacional de Cinema e Televisão de Cuba. Foi o criador ,junto com seu irmão Jaime Abelloda, da Fundação Neo jornalismo Iberamericano. Após ser diagnosticado com um câncer linfático, publicou sua autobiografia.

Sem dúvida, o jornalismo e a literatura irão sentir falta das obras de Gabriel Gárcia Márquez, porém, ele é um exemplo a ser seguido pelos muitos jornalistas que têm medo de inovar e ousar na sua profissão.


''Os jovens que saem desiludidos das escolas, com a vida pela frente, parecem desvinculados da realidade e de seus problemas vitais, e um afa de protagonismo prima sobre a vocação e as aptidões naturais. E, em especial, sobre as duas condições mais importantes: a criatividade e a prática. Em sua maioria, os formandos chegam com deificiências flagrantes, tÊm graves problemas de gramática e ortografia, e dificuldades para uma compreensão reflexiva dos textos. Alguns se gabam de poder ler de trás para frente um documento secreto no gabinete de um ministro, de gravar diálogos fortuitos sem prevenir o interlocutor, ou de usar como notícia uma conversa que de antemão se combinara confidencial. O mais grave é que tais atentados contra a ética obedecem a uma noção intrépida da profissão, assumida conscientemente e orgulhosamente fundada na sacralização do furo a qualquer preço e acima de tudo. Seus autores não se comovem com a permissa de que a melhor notícia nem sempre é a que se dá primeiro, mas muitas vezes a que se dá melhor. Entretanto, toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigaçõo não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética nao é uma condição ocasional, e sim que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro.''


Fica aqui nossa homenagem a um de nossos mestres.
Fontes:

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